A última viagem de 2019 e primeira de 2020 foi pela Bélgica. Foi marcada completamente do nada, num dia que estávamos a planear os voos de regresso para Inglaterra depois do Natal e nos deparámos com preços absurdos. De tal forma que, pelo mesmo valor, fizemos uma escala técnica de 4 dias em Bruxelas, onde aproveitámos para festejar a entrada da nova década.
Ficámos no Hilton Garden Inn, perto da Boulevard de Waterloo, numa zona de fácil acesso ao centro da cidade.
Chegámos ao início da tarde e não podíamos começar a explorar Bruxelas por outro lado se não a Grand Place, a praça mais famosa da cidade, rodeada de belos edifícios e uma mega árvore de natal no centro.
Desde o século 12 que esta tem sido uma zona de importância para a cidade, apesar do seu edifício mais antigo – o Town Hall – só ter sido construído em 1455. Todos os outros datam do final do século 17, incluíndo a Brussels Brewers, um das organizações de comércio mais antigas do mundo. A maioria dos edifícios tem nos seus ornamentos elementos que refletem a sua importância no comércio da cidade. Esta praça tornou-se património da UNESCO em 1998.
A Grand Place merece certamente uma vista noturna, pois ganha ainda mais vida devido à iluminação dos belos edifícios que a rodeiam. Como fomos na época festiva, tivemos a sorte de ver um espectáculo de luzes e música na praça, que nos deixou fascinados.
Perto da mesma encontrámos um dos mercados de Natal da cidade. Por muito giro que seja, confesso que depois dos que visitámos no UK, já não havia muita vontade para beber vinho quente, pelo que nos ficámos pelas iguarias mais típicas da Bélgica- as “frites” e as “goffres”
Já ao escurecer, seguimos em frente, em direção à tão famosa estátua – Manneken Pis. Esta é uma paragem obrigatória para quem visita a capital Belga. Já sabíamos do tamanho minúsculo da mesma, pelo que não ficámos desiludidos.
Ainda vimos o Mont Des Arts com um “jardim” em cortinas de luzes, já de noite. Do cimo do jardim consegue-se uma excelente vista da cidade, que voltámos para apreciar durante o dia.
Ao se caminhar pela cidade, percebem-se algumas referências de banda desenhada, particularmente do Tin Tin (Que eu adoro!) e dos Smurfs, ambos originais daqui. Há murais e graffitis por todos os lados e é sempre uma agradável surpresa ver estas artes urbanas a alegrar as cidades históricas.
Aqui, o contemporâneo e urbano misturam-se plenamente na e arquitectura histórica da cidade, dando-lhe uma vibe moderna a uma cidade bem clássica. Há muitas Igrejas imponentes e palácios que merecem certamente a visita, apesar de não termos tido tempo para tudo.
Ficámos divididos entre visitar o Museu de Banda Desenhada e o do Chocolate – mas como somos ambos uns gulosos, a barriga falou mais alto. Foi uma hora e meia super bem passada, a descobrir a história do chocolate e do seu cultivo – e fazendo-nos repensar um pouco também sobre o seu consumo nos dias de hoje.
É impossível vir à Bélgica e não provar chocolates – e é quase pecaminoso. No entanto, Godiva, e Leonidas há por todo o mundo, pelo que aconselho a procurarem as chocolaterias mais pequenas e de fabrico artesanal – apesar de mais caras, valem bem a pena.
No primeiro dia do ano, apanhámos o metro de regresso ao Atomium (passámos a meia noite lá mas foi um pouco desapontante devido ao nevoeiro), desta vez para o apreciar sob o sol que nos brindou neste dia. Foi construído para a Expo 58 mas tornou-se tão popular e conhecido que ficou um icon da cidade, sendo hoje em dia um museu, do qual podemos obter uma vista de 360º sobre Bruxelas. A sua arquitectura representa um cristal ampliado 165 biliões de vezes – ilustrando assim o poder da energia atómica.
O dia foi passado sem pressas, a desfrutar do bom tempo, enquanto descobria-mos os diversos bairros da cidade. Optámos por alugar uma novamente uma trotinete eléctrica, para alegria do meu marido, que não é tão fã de palmilhar como eu. Confesso que fiquei fã deste método de transporte, e numa cidade plana, como Bruxelas, é perfeito.
Passámos pelo Parc du Cinquetenaire, cujo arco foi construído em 1880 para comemorar os 50 anos de independência do país.
Seguimos daqui para a Praça do Luxemburgo e para a zona do Parlamento Europeu. O parlamento tem um edifício bonito e moderno mas é apenas um edifício com importância política.
As avenidas da cidade são largas e amplas, há muitas zonas verdes e bem cuidadas. Há cafés, bares e restaurantes com óptimo aspeto. Sente-se um ar quase parisiense, talvez pelas as mesas redondas e cadeiras de palha às portas dos cafés e das ruas bem arranjadas mas com uma simpatia bem mais mediterrânea.
Uma das minhas preocupações principais em viagem é onde comer e gosto sempre de pesquisar onde ir. Tinha uma lista de recomendações da minha prima, que lá viveu uns anos, e ia-me seguir por aí. Mas como eram restaurantes mesmo locais e nada turísticos, estavam todos fechados nestes dias entre Natal e Ano Novo! Não sou muito boa em improvisos porque odeio levar “barretes” em restaurantes overpriced e mal servidos, mas nem nos correu mal.
Provámos a Carbonnade à la flamande ( uma carne guisada em cerveja ) mas foram os Moules-Frites que, a seguir às goufres (que aconselho a provarem também simples, pois são óptimas!), se tornaram na base da nossa subsistência.
O nosso primeiro jantar do ano foi no Chez Léon, um restaurante que é um marco da cidade. Não se deixem assustar pelas filas – tivemos uns 10 minutos e logo arranjámos mesa. Adorámos os mexilhões e a cerveja da casa e fomos extremamente bem atendidos.
Em breve farei um post do nosso dia 30, passado a descobrir duas cidades que ficam a menos de uma hora de Bruxelas.
Desse lado, quem já foi (ou quer ir!) conhecer a Bélgica?