Não conheço ninguém que não goste de férias.
Acho que, qualquer ser humano normal, precisa de uma pausa da rotina e do trabalho. E nem me venham com o bla bla do “faz o que gostas e não terás de trabalhar o resto da vida”, tão popularmente usado para exibir felicidade.
Bulshit. Trabalho é trabalho. É uma necessidade, uma obrigação. Pode ser feito com gosto e amor, claro, mas não deixa de ser um trabalho; ou teria outro nome.
E, por muito que se goste dele, há que fazer umas pausas de vez em quando. Eu então, preciso de várias ao longo do ano, se quiser chegar aos cinquenta com alguma réstia de sanidade mental. Não que ainda me reste muita, mas uma pessoa tenta. Portanto, agora, tratar de dentes só dos meus, até Agosto.
Ontem estava a rever o meu plano para estes dias até ao final do mês e cheguei à conclusão que vou precisar de uma semana extra para recuperar do andamento que vou levar. Vou, mesmo, duma ponta a outra do país, qual político em campanha, com um pezinho nos vizinhos para uns mergulhos e comer umas tapas. Tenho um aniversário, um festival e ainda uma despedida de solteira (a minha!). Tenho o dia dos avós para passar com a minha Maria, vou ver os sogros, os sobrinhos, os bebés que nasceram, os cães, o gato e ainda entregar convites. Já estão cansados, não já ?!
Pois é; esta é a vida de férias de um emigrante, quando as férias são sinónimo de ir a casa. São férias marcadas em torno de casamentos, baby showers e aniversários, na vã esperança de não perder nada, de conseguir estar presente em todos os momentos. Tentamos desdobrar-nos em mil para o cafezinho, o brunch, o jantar e o gin, para ninguém ficar triste. E, quando inevitavelmente, aceitamos que somos apenas uma pessoa e o dia só tem 24 horas, dizemos: para o ano há mais. Mais Verão, mais férias, mais oportunidades de matar as saudades e preencher os vazios.
Bem, no meu caso, é já daqui a um mês!
Umas Boas Férias a todos!