Precisamente à 4 anos atrás, aterrei em Gatwick, com um bilhete só de vinda.
Viemos os dois, para não me custar tanto a mudança. Alugámos um carro, já que vim de armas e bagagens às costas e fui obrigada a conduzi-lo, pois “tinha de me habituar a conduzir ao contrário”. Ficámos três dias em Londres, antes de seguir para o destino final, para aproveitar e explorar a cidade, onde ficámos noivos, e prometemos que a distância não ia ser para sempre. E não foi.
O último ano, já acompanhada, com o casamento e Lua de Mel à mistura, passou mesmo a correr. Ás vezes, parece-me que foi ontem que saí do Porto, para trabalhar nesta pequena cidade perdida no noroeste da Ilha. Outras, parece que já aqui estou desde sempre. Não sei ao certo se é bom ou não. Ainda não é, e sei que nunca será, a minha casa. Essa está algures em Portugal, para onde fugimos sempre que possível. Mas, por vezes, também já não nos sentimos em casa lá.
Quando emigramos ficamos mesmo com o coração dividido a meio. Não há uma receita certa, um número de dias chave para que tal não aconteça. Estamos cá com o coração lá e lá com a cabeça no que ficou por aqui. Porque é aqui que temos o nosso cantinho, as nossas fotos na parede. Foi aqui que conseguimos crescer e ser bem sucedidos. É aqui que trabalhamos, que temos os nossos novos colegas e mesmo alguns amigos. E sim, quando estamos fora, as amizades tomam outras proporções. Apegamo-nos a quem, como nós, partilha as mesmas dúvidas e angustias. A quem está meio lá e meio cá.
A todos os que, como nós, se encontram assim, espalhados pelo Mundo, ou a quem está a usufruir do solinho Português: um excelente resto de fim de semana =)