Fez este ano sete anos que terminei o meu curso. Não foi a última queima a que fui – voltei para ver uma das minhas melhores amigas e o meu marido a cartolarem. Continuo a olhar para esses tempos de Faculdade como os melhores da minha vida e, esta semana, ao ver as noticias que sairam sobre a Queima do Porto, fiquei triste.
Triste por os estudantes deste ano, principalmente caloiros e finalistas, não terem tido direito a um cortejo tão bom como os que eu tive nos meus 5 anos de vida académica. Porque o Porto está cheio de Turistas e a coisa tem de andar rápido para os Aliados serem limpos.
Triste pelo que aconteceu à rapariga que aparentemente foi violada, como se ainda tivesse que se explicar que ninguém o “está a pedir” ou “fez por merecer”.
Muito triste por perceber que, num espaço tão curto de tempo – sim, porque ainda não sou do tempo da Maria Cachucha – as coisas estão a mudar tão drasticamente, e para muito pior.
A Universidade ensina-nos muito mais do que um curso, se nós estivermos dispostos a aprender. Ensina-nos respeito e tolerância, hierarquias, ensina a praxar e ser praxado, ensina a conhecer e descobrir os nossos limites, ensina a dizer Não. Ensina a sair, a beber copos, a começar jantares pelo café e bagaço e a comer francesinhas aos pequenos almoços. Ensina-nos a aproveitar esses anos, que são únicos e passam tão rápido, mas que nos moldam e nos tornam as pessoas que somos hoje.
Espero que a essência e espirito Universitário prevaleça e que as Queimas continuem a ser a Celebração que merecem ser.
Bom Domingo e Boa Semana a todos – a minha já quase que cheira a Férias!