Estou de volta a estas bandas, depois dum Março bastante conturbado, como por todo o lado.
No inicio do mês fui a Portugal. Tinha a viagem marcada para surpreender a minha mãe pelos seus 60 anos. O fim-de-semana passou a voar (como sempre) mas, pelo menos, deu para tudo. Para jantarada e copos com os amigos, para um sushi fabuloso com a Mãe e fechou com um jantar surpresa para ela, com grande parte dos amigos e família presentes. Houve beijos, abraços e risos por todo o lado. Parece incrível como, em menos de uma semana, tudo se alterou.
Portugal entrou em Quarentena e pouco depois declarou o Estado de Emergência. Assistir a isto ao longe foi, no mínimo, complicado. Todos nós nos sentimos impotentes numa situação destas, não há volta a dar. A semana a seguir ao meu regresso, passada ainda a trabalhar, rodeada de pessoas que em nada estavam a perceber ou a aceitar a situação, desvalorizando-a, ia-me deixando à beira dum ataque de nervos. Tomei a opção de parar o trabalho e, felizmente, decretaram o dito lockdown e as clínicas passaram para os serviços mínimos.
Tenho tentado acompanhar noticias daqui e de lá, e a tentar aceitar que terei de ficar por aqui pelos próximos tempos, longe dos meus. Entendo os imigrantes que, assim que tudo começou, fugiram desalmadamente para Portugal. No entanto, acho que só foram agravar um sistema sobrecarregado por si (e para o qual, efectivamente, não contribuem). Também eu me questionei sobre ir (e questionei quem me aconselhasse) e a resposta óbvia era esta: fica em casa. Por muito que custe (e agora, custa ainda mais) a minha casa, de momento, está aqui. Tal como a do meu marido, para já, está na Polónia, onde ele se encontra a estudar. Ficar longe é a opção óbvia para nos protegermos uns aos outros. É aceitar, aproveitar o tempo livre que se avizinha para fazer o que não se consegue nunca e esperar que se regresse à normalidade (ou o mais perto possível dela, depois disto), o mais rapidamente possível.
E, como tudo na vida e no mundo, também isto há-de passar.
{Vai ficar tudo bem, sim. Mas, já agora, que seja rápido. }
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